sexta-feira, 12 de abril de 2013
A dor como vortex.
Este não é um blogue confessional, no sentido tradicional do termo, aqui não narro as pequenas imensidões dos meus dias.
Recentemente experimentei uma realidade a que não estava habituada, a dor, a dor como vortex sugador de toda a energia, a dor que nos faz desejar coisas próximas do abismo apenas para se alimentar.
A dor impede olhar o outro, sentir o outro, escutar o outro, desejar o outro.
Talvez o mundo seja governado por gente que padece de dores terríveis, talvez por isso, e só por isso, estejam alheados, como se vivessem sob o efeito de morfina, e fossem incapazes de contemplar a simples existência do outro, só algo assim poderia explicar a incapacidade e a ausência de empatia, quem sente dores assim apenas se quer livrar delas, mesmo que a alma sucumba, mesmo que os outros deixem de existir.
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Essa incapacidade maldita resulta do inverso.
ResponderEliminarSó quem nunca sentiu dor, dor que leva ao desespero, à raiva perante a consciência da nossa pequenez, do nosso "nada", só esses, mas só esses conseguem alhear-se do outro, desrespeitar o outro, ignorar o sofrimento do outro.
A dor é uma lição. A dor é algo que nos mostra, de forma inequívoca, a nossa pequenez e impotência mesmo em relação àquilo que é intrinsecamente nosso: o corpo.
Tudo isto me parece tão monstruoso que busco explicações nos cantos escuros da alma.
ResponderEliminarUma coisa sei, a dor brutal incapacita-nos para o outro.
Bom Sábado.