quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
John Cale, Hallelujah
Um desapontamento é uma escrita rasurada.
Não me Desapontes é um pedido para não me atirares da ponte abaixo.
Desapontado é um ponto desatado.
Despontar é o último gesto antes do despertar.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Regina Spektor - Aquarius (06-09-2004)
e as nuvens arrastam poeiras, levam lavam louvam os despojos da luta.
e as nuvens arrastam poeiras, sem pó de estrelas seríamos apenas vermes que se assomam à superficie depois da borrasca.
nem espera nem expectativa.
apenas chuva.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Sarah Blasko - No Turning Back
Não parei, limitei-me a morrer.
Uma coisa interminável, um circuito fechado, roda de hamster.
Os dias da narrativa vazia, do sentido ausente, o universo, agora opaco, já não me deixa ter acesso à maquinaria de cena.
Fica um vaudeville de pernas gordas e velhas desgastadas, mulheres pendulares.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
GABRIEL O PENSADOR 'ATE QUANDO?' HD
Amanhã Acordo pela madrugada.
Acordo pelos meus filhos
Pelos meus amores
Pelos meus sonhos
Pelos meus projectos
Pelos meus trabalhos
Amanhã acordo e não me calo!
sábado, 8 de outubro de 2011
Tom Waits - Somewhere [From West Side Story]
Uma maioridade é apenas um somatório de menoridades.
Dias que gastámos, dias que celebrámos.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Hope Sandoval & The Warm Inventions - Blue Bird
Eu não sabia que assim era, ou então já não me recordava.
Tentei explicar-te que tinha uma cratera no cérebro.
Um groud zero privado. Mas o meu memorial é o espaço por preencher.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
This Mortal Coil - Song to the Siren "Cocteau Twins"
Ainda acerca das palavras guardadas.
As que se escondem na traqueia e saiem pelas costas.
Uma vez pronunciadas não retornam ao silêncio que antecedeu a explosão. A não palavra pode regressar, mas será sempre, a não palavra depois do som, porque o tempo não se suspende, desenrola-se.
Ainda acerca das culpas e outros atavios.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Um chão de sonhos.
HAD I the heavens' embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet,
Tread softly because you tread on my dreams
W.B. Yeats
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet,
Tread softly because you tread on my dreams
W.B. Yeats
domingo, 28 de agosto de 2011
Crucify (live) - Tori Amos
Temos uma pesada herança, chamada culpa.
Sou um caminho de atalhos, botas enlameadas e auroras.
Sou recomeçante por defeito. Gosto de limpezas em casas por habitar, gosto da primeira refeição, do regresso e de Setembro.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Sérgio Godinho - Que há de ser de nós?
Quando as pessoas se espalham aos pedaços pelo chão.
A memória e o corpo de memória, transfiguram-se sem passos de dança, nos dias que madrugam, entre rotinas, rotações e rotundas, de nada vale contar baixinho o ritmo da valsa ( 1, 2, 3 1, 2, 3)se a toada é de improviso e se a linha melódica se ausentou por tempo indeterminado.
Fake empires.
Acho, apenas acho, que a nossa vida tem o interesse que o nosso talento narrativo lhe conferir.
Mesmo assim, sei, e isto eu sei, que retirar palavras dadas não é o mesmo que recontar histórias, sei, e isto sei, que mentir não equivale a desenhar ilusões.
Os seres humanos, menos belos, enredam-se em teias e nem a memória os liberta, agarra-os como traças no papel viscoso, debatem-se em agonia, revelando o esqueleto por trás da carne seca.
O vento correu desgarrado na madrugada de sábado, sob pinheiros revelaram-se almas e demónios.
Ontem, o homem negro que comprava cervejas pretas, e estava à minha frente no supermercado, deixou-me uma verdade para os próximos dias:
- EU SOU NERVOSO; EU NÃO SOU ANIMAL!
http://youtu.be/KehwyWmXr3U
Mesmo assim, sei, e isto eu sei, que retirar palavras dadas não é o mesmo que recontar histórias, sei, e isto sei, que mentir não equivale a desenhar ilusões.
Os seres humanos, menos belos, enredam-se em teias e nem a memória os liberta, agarra-os como traças no papel viscoso, debatem-se em agonia, revelando o esqueleto por trás da carne seca.
O vento correu desgarrado na madrugada de sábado, sob pinheiros revelaram-se almas e demónios.
Ontem, o homem negro que comprava cervejas pretas, e estava à minha frente no supermercado, deixou-me uma verdade para os próximos dias:
- EU SOU NERVOSO; EU NÃO SOU ANIMAL!
http://youtu.be/KehwyWmXr3U
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Thomas Feiner & Anywhen - For Now
Um dia acerto as horas. Deixo de me sentir o coelho da Alice, páro de correr como um hamster e faço as pazes com o tempo. Nesse dia terei envelhecido e as noites serão infindáveis e os dias terão mais horas que as necessárias.
Por agora não consigo evitar o ponto do desespero.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Agosto em tom de Outonal. Caminhos a evitar. Atalhos e atilhos.
Não falo de nuvens perto de ti
Não falo da fúria perto de ti
Não falo das derrotas perto de ti
Perto de ti, não falo.
Agigantam-se-me os olhos
Apequenam-se-me as mãos
Recolhem-se os vocábulos
Perto de ti, engirino-me.
Morre-me a sagacidade
Seca-se a ironia
Acaba-se a audácia
Perto de ti, não falo.
Amplia-se o outro tempo
Desviam-se as atenções
Desenham-se os finais.
Perto de ti, perco O de mim.
Não falo da fúria perto de ti
Não falo das derrotas perto de ti
Perto de ti, não falo.
Agigantam-se-me os olhos
Apequenam-se-me as mãos
Recolhem-se os vocábulos
Perto de ti, engirino-me.
Morre-me a sagacidade
Seca-se a ironia
Acaba-se a audácia
Perto de ti, não falo.
Amplia-se o outro tempo
Desviam-se as atenções
Desenham-se os finais.
Perto de ti, perco O de mim.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Ilhas.
Que águas turvas escondem as verdades dos homens?
A estas águas claras acostam dáriamente centenas de anónimos, fogem da fome, das improbabilidades do futuro, das guerras, das enormidades e das monstruosidades adversas.
Atiram-se para barcaças, corpos sobre corpos, falta-lhes o e ar a água, mas alimentam-se de esperanças, muitos morrem antes de aportarem.
Imaginam aliados, rostos compreensivos, braços abertos, agasalhos, refeições quentes e seres humanos.
Mas as ilhas do descontentamento, albergam medos, povoadas por zelosos vigilantes, recebem estes viajantes do desespero com o desprezo anónimo, ilegais, sem histórias para contar, apenas mais uns a enxotar, sem rosto ou nome, são devolvidos ao mar, o mar que os carregue, que aqui já há muita desgraça, não precisamos da desgraça dos outros.
Com a desgraça dos outros posso eu bem.
Mães e crianças morrem mais.
Os braços inúteis contra a fome, contra o desemprego, as mãos estendidas em forma de concha, em busca de respostas de quem lhes acenou com a democracia mas que se esquiva no alimentar da esperança.
A Europa ainda tem muito a aprender.
Lampedusa não é um destino de férias, é o depósito de vidas que arriscam deixarem de o ser para escaparem ao determinismo.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Bregovic - American Dreamers . Draw the line.
Há quem desenhe linhas definidas entre a sanidade e a insanidade e há quem se perca no emaranhado de fios mentais.
Recordo-me muitas vezes da sua resposta perante a insistência da minha Avó materna:
- Ó Paulo o que é que vais fazer datua vida agora ?
- Vou para Katmandou!
Sem grande esforço. oiço-o cantarolar The Doors "Oh Tell me the way tothe next wisky bar..." quando regressava a casa sob efeitos alteradores da consciência.
Ensinava-me coisas parvas que eu repetia, sem saber que eram erradas:
- Ritinha o que é um otorrinolaringologista?
- É um peixe vermelho que vive no mar do japão.
E depois desaparecia, primeiro dias, depois meses e finalmente anos.
O meu Tio foi deixando os momentos de insanidade devorarem-lhe a sagacidade e o humor, amargou e fechou-se num mundo onde só cabem fantasmas e sombras.
Talvez já tenha perdido os contornos do seu rosto.
DEcerto terá ainda um rosto, irreconhecível e envelhecido, prescruto o olhar de todos os vagabundos de tez clara e barba grisalha em busca de despojos do Tio da minha infância, aquele que me deu um piriquito numa gaiola.
- Batatinha: devias ir para o teatro...
- Não gosto, não gosto de repetir nada.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Nenhum valor é eterno.
Guido Reni (1575- 1642)
Drinking Bachus
Este pintor de Bolonha , foi, no seu tempo, comsiderado como um expoente da arte italiana, alguns cronistas garantiam que Guido Reni e Michelangelo seriam as eternas glórias da pintura Italiana.
Num último leilão da Christie´s um quadro de Reni foi transaccionado por 300£.
Nenhum valor é eterno.
A volatilidade do mercado da arte contemporânea é um dos supostos entraves ao investimento na criação.
Mas a volatilidade marca a Arte tão profundamente como o esquecimento marca a história.
A produção artística é uma permanente luta contra a morte. Aliás como toda a produção humana , se por um lado os artefactos têm funções utilitárias reconhecíveis, os objectos artísticos têm funções simbólicas igualmente determinantes para a sobrevivência.
A evolução torna muitos objectos obsoletos, objectos que no seu tempo foram vitais para os seus utilizadores. Só através da arquelogia compreendemos a função de determinados objectos, e só com a ajuda da contextualização histórica vislumbramos a importância destes no quotidiano de uma dada população numa dada época. Reconhecer este facto não é um impeditivo ao investimento na produção de bens de uso comum, um fabricante de papel higiénico não encontrará grande resistência caso pretenda expandir o seu negócio, apesar de ser altamente provável que o papel higiénico deixe de existir dentro de menos de 100 anos.
Então porque será que o investimento em Arte tem que vir sempre acompanhado da garantia Valor Seguro” ?
Porque exigiremos à arte a perenidade, como garante da sua sustentação, se tudo na sociedade humana é transitório?
O pensamento divergente.
Interessam-me os espaços de ligação, as fibras que nos interligam, a empatia, a criatividade, a mutação.
A existência anula-se sem alimento, por isso gosto de confeccionar pão e bolos ( o básico e o supérfluo) para manter e participar na explosão.!
O intenso apelo ao pensamento criativo que se impõe neste momento de Krisis, é um desafio a todos para alimentarmos os nossos cérebros e os cérebros das nossas crianças para que do pensamento divergente surjam ideias e praxis alternativas ao colapso aque assistimos.
Um mundo de sinapses gordas e ramificadas é o desejo por uma estratégia de sobrevivência, onde a inteligência ( seja ela de que tipo for) renove e proponha futuro além da desilusão.
Porque o cinzento é mais sorumbático que o vermelho ou o negro
Uma nova viagem para partilhar ideias.
Pão e bolos não precisam de entrada de diccionário.
Noraadrenalina é uma substância produzida no Loccus Coreuleus, no cérebro humano, e que induz o bom humor !
Pão e bolos não precisam de entrada de diccionário.
Noraadrenalina é uma substância produzida no Loccus Coreuleus, no cérebro humano, e que induz o bom humor !
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