terça-feira, 9 de outubro de 2012

Da beleza e da compaixão, a humanidade em tom maior.

" Quando num ninho, os passarinhos estão doentes, os pais não os alimentam. Deixam-nos morrer, reservando os seus contributos alimentares para os mais vigorosos, os que serão capazes de transmitir genes para a perpetuação da linhagem. Pelo contrário, os seres humanos, preocupam-se tanto ou mais com os seus filhos doentes como com os outros, por vezes até mais. Trata-se de um elemento novo na evolução da vida terrestre. Os homens não são inexoravelmente submetidos à logística dos genes. Podem preocupar-se com os que sofrem, tentar aliviar o seu destino,mesmo que daí não possa resultar nenhuma repercussão genética proveitosa para o conjunto da espécie. Esta tendência, absolutamente humana, para a compaixão manifesta-se de múltiplas maneiras: abolição da escravatura, melhoramento da situação das mulheres, consciencialização para a sensibilidade dos animais. Vontade de não mais os considerar simples mercadorias. Eis, em minha opinião, o mais belo contributo da humanidade para a vida do planeta. Nenhuma outra linhagem animal, que saibamos, enveredou pelas vias do conhecimento científico, da criação artística, para tornar o mundo mais belo, e da compaixão, para aliviar o sofrimento dos outros, animais ou humanos." Hubert Reeves "Já não terei tempo"

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