terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nenhum valor é eterno.


Guido Reni (1575- 1642)
Drinking Bachus
Este pintor de Bolonha , foi, no seu tempo, comsiderado como um expoente da arte italiana, alguns cronistas garantiam que Guido Reni e Michelangelo seriam as eternas glórias da pintura Italiana.
Num último leilão da Christie´s um quadro de Reni foi transaccionado por 300£.
Nenhum valor é eterno.


A volatilidade do mercado da arte contemporânea é um dos supostos entraves ao investimento na criação.
Mas a volatilidade marca a Arte tão profundamente como o esquecimento marca a história.
A produção artística é uma permanente luta contra a morte. Aliás como toda a produção humana , se por um lado os artefactos têm funções utilitárias reconhecíveis, os objectos artísticos têm funções simbólicas igualmente determinantes para a sobrevivência.
A evolução torna muitos objectos obsoletos, objectos que no seu tempo foram vitais para os seus utilizadores. Só através da arquelogia compreendemos a função de determinados objectos, e só com a ajuda da contextualização histórica vislumbramos a importância destes no quotidiano de uma dada população numa dada época. Reconhecer este facto não é um impeditivo ao investimento na produção de bens de uso comum, um fabricante de papel higiénico não encontrará grande resistência caso pretenda expandir o seu negócio, apesar de ser altamente provável que o papel higiénico deixe de existir dentro de menos de 100 anos.
Então porque será que o investimento em Arte tem que vir sempre acompanhado da garantia Valor Seguro” ?
Porque exigiremos à arte a perenidade, como garante da sua sustentação, se tudo na sociedade humana é transitório?

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