domingo, 9 de dezembro de 2012

Deixa-me ser muito velha, hoje. (Jacques Brel.J'arrive)


Peço-te, deixa-me ser muito velha, hoje, por hoje, hoje mesmo, envelhecida e mesmo até um bocado desgrenhada, com o cabelo amarrado, deixa-me enrolada naquele velho cardigan teu que comprámos na Escócia e que tu já não suportas, deixa-me a ler Whitman até que a lareira morra, enquanto bebo um chocolate quente temperado com whisky. Deixa-me ter gatos que fujam pelo telhado em fevereiro e só reapareçam em março. Deixa-me ser muito velha e muito eu, hoje, só hoje.

Sem comentários:

Enviar um comentário