( Antoní Tapies. Lectura. 1998)
Para te amar desço pelas palavras indizíveis e encontro o teu braço, ali, só o teu braço, sem o resto do teu corpo, ancoro-me no teu braço e a noite cai e a madrugada sucumbe e a manhã é o destino de um amor assim.
Para te amar desço pelas palavras inauditas e morro no teu abraço.
Talvez fosse mais simples amar-te se fosses olhos, se fosses boca, se fosses peito, mas não és, e assim, todos os dias desço as palavras, como quem desce uma calçada, e encontro o teu braço e amo-te.
E assim se escreve Amor.
ResponderEliminarE a filigrana das palavras trabalhada com mestria.
Obrigada, GL, mas a filigrana, por aqui é muito tosca, gosto de traves mestras que suportam telhados, gosto de as deixar à vista, nem teria habilidade para ser de outro modo.
ResponderEliminarTosca?
ResponderEliminarAs traves mestras estão presentes, visíveis, de outro modo (sem querer parafraseá-la) a filigrana desmoronar-se-ia.